sexta-feira, 1 de abril de 2011

Relação entre Forma e Função
Conformação, aprumos e problemas ortopédicos no cavalo atleta
Por: Dr. Francisco José do Monte Lança*
Conformação é a forma ou delineamento de um cavalo ou sua aparência física rela-tiva ao arranjo dos músculos, dos ossos e outros tecidos, ou simplesmente “a relação entre forma e função”. A conformação tem um papel importante no julgamento morfológico de um cavalo. A sua avaliação é subjetiva e baseada na experiência ou na opinião de cada avaliador.
Embora muito já se saiba ao longo de 200 anos de estudo sobre a conformação dos cavalos e sua relação com o desempenho e problemas ortopédicos, poucos dados objetivos estão disponíveis aos criadores do cavalo atleta. Exclusivamente neste artigo serão tratados apenas os membros, lembrando que todo o corpo do cavalo está envolvido na conformação e na sua biodinâmica.
Conformação desejada
Peito: Olhando o cavalo de frente, os membros dianteiros não deverão ser nem demasiado distantes nem demasiado perto um do outro, já que juntos formam a largura do peito. Se muito distantes, resultarão em uma locomoção roliça, do tipo que poderá causar enjôo ao cavaleiro. Demasiado perto, vão predispor o cavalo aos ferimentos, já que existe o risco dele tocar os próprios membros quando se move.
Essas situações podem ser aliviadas através de casqueamento e ferrageamento, mas o melhor é que sejam evitadas desde o nascimento. A região peitoral deverá ter boa massa muscular e ser ampla, já que os cavalos com estas características terão melhor extensão e potência de movimento lateral do que cavalos com peitos fechados.
Joelhos e canelas: Os membros anteriores devem ser retos e não desviados para dentro ou para fora. Devem ser longos e musculados no antebraço. Os joelhos devem ser grandes e lisos, e não pequenos nem redondos, devido aos tendões passarem por eles, permitindo assim movimento e articulação máximos.
A canela não deve ser demasiado longa. Olhando o cavalo de lado, o joelho deve parecer baixo em relação ao membro. Se parecer elevado, significa que a canela é mais longa do que o ideal, e propensa à fraqueza. A forma com que a canela se junta no joelho é importante para a funcionalidade do membro.
Em alguns cavalos, você verá que essa junção aparece ‘garroteada’ a canela é mais fina logo abaixo do joelho e termina mais grossa no boleto. Isso pode restringir o movimento dos tendões. Em alguns casos, o cavalo pode estar ajoelhado com a canela se unindo atrás da linha do joelho.O oposto disso é o chamado joelho transcurvo, onde a linha frontal do membro se torna côncava.
Quartelas: A quartela é a parte absorvente do choque, carregando, às vezes, o peso inteiro do cavalo, mais o do cavaleiro. A quartela ideal, à semelhança dos membros, seria: nem demasiado longa, nem curta; nem inclinada, nem vertical demais. A longa colocará uma tensão adicional no ligamento suspensor do boleto e nos tendões flexores. A quartela demasiado vertical não atua suficientemente bem para superar os efeitos de choque do movimento, e assim todo o membro pode sofrer com problemas de man­queiras.
Curvilhões e canelas: Quanto ao membro traseiro, os curvilhões são uma das partes mais importantes. Agem como um absorvente adicional de choque. Assim como o joelho, é preferível estarem num ponto baixo do membro, diminuindo a tensão nas canelas posteriores. A forma como o alinhamento do curvilhão está ajustado no membro fará uma diferença na sua ação.
Idealmente, o ponto de alinhamento do curvilhão deverá ser embaixo da garupa, onde uma linha reta seja possa ser traçada na parte traseira da canela e continuar na parte traseira da garupa. Os cavalos com curvilhões que caem atrás desta linha terão falta de propulsão. Olhando o cavalo de trás, os membros devem ser retos, e sem curvilhão de vaca quando giram para dentro, acompanhados pelos cascos girados para fora; ou se curvam em demasia, quando os curvilhões giram para fora.
De lado, o cavalo não deve ser ter curvilhão de foice, onde a borda dianteira parece excessivamente curvada ou dobrada. Todas estas conformações podem causar manqueiras, comprometendo as qualidades anti-choque do curvilhão.
Cascos: O ditado “sem casco, sem cavalo!” é bem aplicado à conformação. O casco ideal terá de ser relacionado sempre com seus pares no tamanho e na forma. Os posteriores são maiores e com forma mais oval do que os anteriores. A muralha deve ser forte e flexível, não fraca nem mole, seca e dura, mantendo assim a elasticidade. Problemas com as paredes do casco significam dificuldade em manter ferraduras.
Ao casquear e ferrar o cavalo, é necessário preservar o tamanho natural do casco, mantendo os talões na mesma altura, e não o cortando demais para caber a ferradura, o que causa manqueiras e compromete as qualidades naturais anti-choque do casco. Os cascos devem apontar para a frente, não para dentro (periquito), nem para fora (pato). Devem ter ranilhas bem aparentes, bem saltadas e não devem ser quadradas, nem eretas, como encontradas nos muares. Os sulcos laterais em torno da parede do casco podem indicar laminite ou, no mínimo, mudanças na taxa de crescimento devido à doença, alterações na alimentação ou ao estresse.
Avaliação da conformação no primeiro ano de vida
Até 15 dias de vida - Olhando de frente, os potros recém-nascidos têm três tipos de desvios nos membros dianteiros: angulares, rotacionais e deslocamento de joelho. A avaliação dessa conformação em potros destinados à atividade atlética deverá ser feita o mais cedo possível, para que a intervenção seja realizada antes dos desvios tornarem-se permanentes. Os desvios angulares são causados por alterações das epífises ósseas ou das articulações, geralmente, joelhos (carpo), curvilhões (tarso) e boletos.
Traçando uma linha vertical imaginária em todo o membro, veremos desvios valgus quando para o lado interno da linha, e varus quando para o lado externo. É preciso salientar que poderão ser atingidas mais de uma articulação no mesmo membro. As deformidades rotacionais, também comuns, envolvem mais as articulações do joelho e antebraço no membro anterior e a articulação do empurrador, quando no membro posterior. Ao nível de boletos, ambos os tipos angulares e rotacionais poderão estar envolvidos.
Geralmente, esses desvios ocorrem em potros leves, com peito pequeno, onde há forças de pressão assimétricas sobre os centros de crescimento ósseo e conseqüente crescimento ósseo, também assi­métrico. Outro fator que compromete a conformação é a presença de variados graus de ossificação em diferentes ossos, devido a uma má gestação. Tal problema leva ao desvio do tipo carpus e tarsus valgus (joelho e curvilhão para dentro) e hiperflexão (contratura de tendão).
O deslocamento do joelho (joelho rodado) é causado principalmente pela falta de crescimento dos ossos dessa articulação. O desvio mais comum, que requer tratamento cirúrgico, é o carpus valgus acentuado. Os restantes poderão ser corrigidos por meio de casqueamento corretivo, ferraduras ortopédicas e uso de bandagens e agentes químicos adstringentes. Desvios raros da arquitetura dos ossos, os varus e valgus congênitos e malfor­mações, têm origem genética e os procedimentos terapêuticos são baseados na gravidade em que se apresentam.
Dos 15 dias aos 5 meses de idade - Nesse período ocorrem várias mudanças no crescimento dos potros. Aqui a conformação sofre a ação direta da genética, ganho de peso, crescimento e exercício, levando a algumas alterações nos membros dos potros. Alterações positivas são a perda gradual do carpus valgus e a rotação do boleto para fora. As menos desejadas são carpuse tarsus varus, joelho rodado e rotação do boleto para dentro.
Ao contrário do que se supõe, a abertura do peito não foi comprovada como fator de correção para mãos abertas e carpus valgus. A primeira alteração indesejável percebida é a chamada mãos para dentro (periquito), que ocorre a partir dos 30 dias de idade. O joelho rodado também ocorre nesse período, e não é tão severo. No entanto, por ter origem no crescimento desorientado dos ossos do joelho, é uma alteração contínua que deverá ser prontamente resolvida com casqueamento corretivo. O carpus varus geralmente é unilateral e poderá ocorrer devido a algum trauma no membro oposto.
Dos 5 meses a 1 ano de idade - As alterações ósseas nesta fase são menos drásticas do que nos períodos anteriores, mas é nessa fase que os desvios se tornam permanentes. Os potros ainda estão ganhando peso e, enquanto esse fator atua nos membros, as alterações na arquitetura óssea se tornam mais aparentes. Isso acontece por causa da redução de cartilagem e aumento de tecido ósseo nos membros.
Os desvios mais comuns nessa etapa são a mão para dentro e joelho rodado em graus severos. Apesar da gravidade, alguns fatores de crescimento ósseo ainda possibilitam o tratamento pelo casquea­mento e ferrageamento corretivos e até intervenção cirúrgica com colocação de grampos.
  
Problemas ortopédicos e conformação
Uma pesquisa feita no Hipódromo de Los Alamitos (Anderson, Mcllwraith, Goodman and Overly, 2003) constatou a relação direta entre problemas ortopédicos e conformação. Dentre as mais variadas associações, as mais observadas foram as seguintes:
1) Úmero longo está associado a fraturas das falanges proximais e sinovite dos joelhos.
2) Membro anterior longo, pescoço longo e pinças dos cascos longas levam a fraturas do tipo “chip” no joelho.
3) Aumento do ângulo da paleta está associado a fraturas dos ossos do joelho e à diminuição da incidência de sinovite na mesma articulação, o que é contraditório.
4) A quartela mais vertical leva a maior incidência de sinovite no joelho e boletos
5) Mãos muito para fora estão associadas à maior chance de ocorrer fraturas de ossos do joelho, especialmente do direito.
6) Joelhos rodados levam a um aumento da ocorrência de fraturas e sinovites de ambos os joelhos e à formação de sobreossos nas canelas.
7) Joelhos transcurvos levam a uma maior incidência de fraturas no joelho logo no início das atividades atléticas.
 
Procedimentos corretivos
O cavalo perfeito é difícil de ser encontrado, mas alguns defeitos podem ser corrigidos. Em razão da capacidade do cavalo carregar peso ser dependente da inter-funcionalidade de todas as partes locomotoras, é importante que estas se alinhem corretamente, a fim de se tornarem o mais eficientes possível.
A correção dos desvios de membros terá de obedecer não apenas a uma aparência visual alinhada, mas também a toda uma biodinâmica. Ou seja, não adianta apenas deixar o membro alinhado, ele deverá estar simétrico com os demais e todas as articulações deverão estar preservadas, assim como a locomoção equilibrada. Para tal, é recomendado o casqueamento corretivo dos potros a partir dos 20 dias de idade e, regularmente, a cada 25-30 dias até o início das atividades atléticas.
Também poderão ser utilizadas ferraduras ortopédicas em casos mais graves. O uso de substâncias adstringentes como o iodo também é outra terapia que, quando bem utilizada, retorna ótimos resultados. Na opinião do autor, os procedimentos cirúrgicos deverão ser empregados em último caso ou em casos de gravidade acentuada, já que não deixam de ser um trauma ao membro do cavalo.
O objetivo de aprumar e alinhar os membros do cavalo não é apenas estético e preventivo de problemas ortopédicos, mas também serve para evitar perdas de tempo nas provas de velocidade e trabalho ocasionadas pela locomoção inadequada. Todos os desvios levam a perda de décimos de segundo, os quais poderão ser preciosos para a decisão de uma prova ou campeonato.

FERRADOR DO RANCHO 2 IRMAOS...

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quinta-feira, 24 de março de 2011

Inseminação Artificial em Eqüinos

Inseminação Artificial em Eqüinos
Introdução
O conceito de inseminação artificial refere-se ao processo de deposição do sêmen no sistema genital feminino, através de manipulação artificial, e no momento adequado, visando à fertilização do óvulo. Este sêmen, colhido artificialmente, por diferentes métodos, segundo a espécie é diluído ou mesmo utilizado "in natura", preservando suas características fecundantes, de modo que seja possível inseminar um número máximo de animais com um só ejaculado.

Segundo a história, consta que a primeira inseminação artificial em eqüino foi realizada no Século XIV, por um chefe árabe que, desejando obter um produto do garanhão do chefe inimigo, excitou o animal com algodão embebido com secreções de uma égua em cio, transferiu o sêmen colhido, também em algodão para o interior da vagina de outra égua em cio, e obteve um produto.

A introdução da inseminação artificial com sêmen congelado é um tema polêmico dentro da eqüinocultura brasileira, devido ao fato de muitas associações não aceitarem, até o momento a introdução dessa tecnologia, por pensarem que a mesma traz falhas e se presta para fraude no controle de registro genealógico.

Este problema foi solucionado com a introdução da técnica da tipificação sangüínea, na qual se compara o tipo sangüíneo de um animal com os seus pais, comprovando cientificamente o parentesco e eliminando o problema de fraude.

Atualmente todas as raças de eqüinos que se utilizam desta técnica exigem a verificação de parentesco para que possa ser efetuado o registro de um animal no Serviço de Registro Genealógico, o que é controlado e regulamentado pelo Ministério da Agricultura visando preservar a veracidade das informações constantes nos pedigrees.

Para que a inseminação artificial na espécie eqüina, assim como em outras espécies, tenha o seu sucesso garantido é importante que sejam observadas algumas etapas: material genético disponível, ausência de características indesejáveis, principalmente as de cunho genético, manejo nutricional e sanitário, bem como uma boa equipe técnica, com amplo domínio dos aspectos ligados a fertilidade e tecnologia do sêmen, sem os quais, torna-se difícil usufruir os benefícios desta biotécnica da reprodução.

A utilização da técnica da Inseminação Artificial é aceita, atualmente, pela grande maioria das Associações de Registro, e a recente regulamentação da utilização do sêmen congelado por importantes raças como a Quarto de Milha, Árabe, Mangalarga, etc, tem despertado grande interesse em muitas equipes de pesquisa de todo o mundo, visando o desenvolvimento desta técnica (SQUIRES et al, 1999).

Devido à complexidade do tema abordado, esta matéria abordará apenas a Inseminação Artificial com Sêmen Fresco, o que é largamente utilizado na atualidade em nosso país.
Inseminação Artificial e Técnicas de Conservação de Sêmen
Conceitualmente, a Inseminação Artificial consiste na introdução artificial do sêmen de um garanhão na genitália de uma égua, resultando em uma gestação.

Quando nos referimos à utilização da IA, normalmente há uma diferenciação relativa ao tipo de técnica utilizada na conservação do sêmen a ser utilizado e ao tempo decorrido entre a colheita e sua utilização.
Inseminação com Sêmen à Fresco: consiste a utilização do sêmen, normalmente acrescido de diluentes apropriados, em um período de até duas horas.

Inseminação com Sêmen Resfriado: nesta técnica, o sêmen devidamente processado e diluído com diluentes ricos em açúcares, lipídeos e antibióticos, é mantido a uma temperatura de aproximadamente 5oC e pode ser utilizado por um período de até 48 horas após a colheita sem comprometer sua capacidade fecundante e, conseqüentemente, os resultados obtidos.

Inseminação com Sêmen Congelado: após o sêmen ter sido congelado com sucesso, pode ser usado por vários anos, ficando conservado em temperatura de –196 ºC em tanques de nitrogênio líquido.

Principais Vantagens da Inseminação Artificial
a) Redução dos riscos de disseminação de doenças sexualmente transmissíveis, pois o contato sexual direto entre garanhões e éguas reprodutoras é evitado.

b) Aumento dos índices de fertilidade, devido a um maior controle sobre a qualidade do sêmen utilizado e também sobre a sanidade reprodutiva das éguas, resultando no acréscimo da eficiência reprodutiva.

c) Acelerar o processo de melhoramento genético das raças. Em um período normal de estação de monta, através da monta natural, um garanhão poderia cobrir um número máximo de 80 éguas, enquanto através da Inseminação Artificial poderia fecundar um número muito maior, chegando até 300 éguas.

Um garanhão de alto valor zootécnico, com qualidades devidamente comprovadas pode, dessa maneira, disseminar seus caracteres desejáveis muito rapidamente, constituindo uma grande vantagem no que diz respeito ao melhoramento genético.

d) Reduz a possibilidade de injúrias para a égua e o garanhão.

e) Permite o uso de garanhões que tenham desenvolvido hábitos deficientes de cobertura ou que apresentem lesões limitantes (claudicações).

f) Permite a identificação de problemas reprodutivos.

g) Permite o uso de éguas impossibilitadas para a monta natural.

h) Permite o uso de garanhões que apresentam sêmen de qualidade inferior.
Principais desvantagens da utilização da IA

a) Aumento dos custos nos trabalhos relacionados ao manejo reprodutivo do haras.

b) Obrigatoriedade de um médico veterinário responsável para conduzir os trabalhos.
Obtenção do Sêmen para Inseminação Artificial
Há diferentes métodos para a colheita de sêmen de garanhões, entre elas: a utilização de um “preservativo” de látex especial, a colheita por manipulação do pênis com o auxílio de compressas aquecidas e a manipulação medicamentosa, mas o método mais difundido e utilizado é o da Vagina Artificial.

Vagina Artificial

A vagina artificial é um artefato que simula as condições anatômicas normais da vagina de uma égua, para a colheita de sêmen dos garanhões, havendo diversos modelos disponíveis.
A seleção do modelo mais adequado pode depender da aceitação ou preferência de determinados garanhões, do custo ou da disponibilidade no mercado.
Os fatores mais importantes em uma vagina artificial são:

a) Aceitação pelo garanhão

b) Facilidade de montagem

c) Eficiência na higienização e esterilização

d) Facilidade de manipulação

e) Disponibilidade no mercado e custo
Composição e Montagem da Vagina Artificial
A Vagina Artificial modelo Botucatu, é composta por:
Tubo rígido de PVC: com diâmetro de cinco polegadas e comprimento de 50 cm, com um aro na extremidade final que funciona como um “fundo de vagina” que impede a passagem do pênis, mas permite a passagem do ejaculado.

Neste tubo há ainda uma válvula para a introdução de água aquecida e ar.
Mucosa da Vagina: composta por um tubo de látex flexível que, quando devidamente acoplado ao tubo rígido, forma uma bolsa que simulará as condições encontradas na genitália da égua.

Mucosa Interna: Esta mucosa é composta por um tubo plástico com a extremidade do fundo selada, extremamente flexível, estéril e descartável. Esta mucosa será a porção da vagina artificial que entrará em contato com o pênis do garanhão e onde o sêmen será depositado e retido.

Água Aquecida: Introduzida no interior da vagina artificial através da válvula. Utilizam-se aproximadamente 2,5 litros de água à 60oC, que deve manter a parte interna da vagina em aproximadamente 45oC, que é a temperatura preferida pela maioria dos garanhões. Deve-se ressaltar que existem garanhões que preferem outras temperaturas, assim o técnico deve procurar observar suas reações no intuito de obter um estímulo mais eficiente.

Ar: É introduzido na v.a. pela mesma válvula, e tem a função de prover a pressão necessária, de acordo com o pênis e a preferência de cada garanhão, provocando o estímulo necessário para sua ejaculação.
Lubrificante: Podemos utilizar lubrificantes íntimos como o “KY”, mas óleos minerais estéreis como o “Nujol” são mais seguros, devido ao fato de não possuírem agentes antimicrobianos em sua composição, serem inertes e não se misturarem ao sêmen. O lubrificante é colocado na superfície da mucosa interna, com o auxílio da mão do técnico protegida por uma luva estéril, e tem a função de facilitar a introdução do pênis do garanhão.
Preparo do Garanhão e da Égua Manequim para a Colheita:
O Garanhão deve ter seu pênis lavado cuidadosamente, com água morna pura, procurando remover sujidades diversas.

A utilização de sabões, detergentes ou anti-sépticos, é contra-indicada para não afetar a microbiota natural, o que pode permitir a proliferação de microrganismos patogênicos, comprometendo a qualidade do ejaculado e possibilitando a transmissão desses agentes para a égua.

A limpeza deve ser feita com o membro ereto, que facilita acesso às partes mais internas.
Como manequim, podemos utilizar uma égua no cio ou um manequim artificial, conhecido como “phanton”.
O manequim pode ser uma fêmea sadia, dócil, de preferência no cio, a qual deve ter a vulva e adjacências cuidadosamente limpas e desinfetadas. A cauda deve receber bandagem, evitando acidentes com a crina na hora da colheita.

Para evitar penetrações acidentais, a cauda da égua manequim deve ser amarrada a uma corda que passa por entre as pernas da égua, forçando a cauda contra as pernas, evitando a penetração.
A fêmea deve ser contida, com o auxílio de “travões” e “pito”, de modo a oferecer segurança ao operador da vagina artificial e ao reprodutor.

Garanhões que apresentam o hábito de morder a égua no momento da cobertura deverão utilizar uma focinheira de couro para evitar esta prática e garanhões que se distraem facilmente, poderão utilizar viseira, evitando a distração do animal.
Colheita:
Preparado o garanhão, o manequim e a vagina artificial, dá-se início ao trabalho de colheita.
O técnico deve estar a postos do lado direito à altura do quarto traseiro da fêmea, assim o auxiliar conduz o garanhão ao lado esquerdo deste.

Ao conduzir o garanhão, o auxiliar deve prestar toda a atenção no garanhão e estar atento para evitar atitudes agressivas tanto para a égua manequim quanto para o técnico.

O técnico deve orientar o condutor do garanhão, indicando o momento de se aproximar ou se afastar.
O garanhão somente deverá se aproximar da fêmea quando estiver com o pênis em total ereção e não deve ser permitida qualquer atitude agressiva.

Quando o garanhão monta na égua, o técnico deve segurar o pênis com sua mão esquerda, protegida por uma luva, e conduzi-lo para o interior da vagina artificial.
Ao introduzir o pênis do garanhão na vagina artificial, o técnico deve evitar “acompanhar” os movimentos copulatórios, dando apenas “firmeza” às suas investidas, de forma a estimular o garanhão aumentando a excitação e facilitando a ejaculação.
O operador deverá no decorrer da colheita, manter a vagina artificial o mais próximo (ou paralelo) possível da posição natural do aparelho genital da fêmea.
O técnico deve manter a sua mão esquerda na base do pênis do garanhão, procurando sentir as pulsações da uretra decorrente do processo ejaculatório. Também deve ser observada a movimentação da cauda do garanhão que, ao ejacular, faz o “movimento em bandeira”, ou seja, pequenas elevações e abaixamento da cauda, típicos da ejaculação.
Ao término da ejaculação, o garanhão tende a relaxar sobre a fêmea por alguns instantes, quando o técnico deverá baixar a extremidade terminal da vagina artificial colocando-a na posição vertical, promovendo assim a descida do sêmen para a extremidade da mucosa interna, onde ficará retido e não sofrerá um aumento de temperatura decorrente do contato com a mucosa aquecida da vagina.

Ao constatar o término do processo ejaculatório, o técnico deve retirar a vagina artificial, mantendo-a na posição vertical e levando-a para o laboratório para processamento, onde o sêmen será devidamente preparado e analisado para a inseminação artificial.

Após a correta higienização da genitália externa da égua, e com uma luva de palpação estéril lubrificada com óleo mineral ou lubrificante íntimo, o técnico introduz a mão na vagina até a localização da cérvix.
Encontramos a abertura desta, introduz-se aproximadamente 5cm da pipeta no útero. Feito isso, pressiona-se o embolo da seringa, depositando-se o sêmen no interior do corpo do útero.



Contatos


Veterinario : Hiran Resende Filho
                    78147519

domingo, 20 de março de 2011

Tres Tambores & Laço em Dupla.











VENDA - Rancho 2 IRMÃOS

Venda de cobertura

Roby Por Sissy
proprietario Honor Gomes


GF Catabull
proprietario Diana Scanavacca




venda de embrião.

Xanadu Pine 2F -
proprietario Diana Scanavacca


Cavalos a VENDA - Rancho 2 irmãos

Ronald Leo / macho - 4 anos


 Registro Ronald Leo

Flor/femea - 5 anos .



Esmeralda - numero do registro: M193162




Ludi/Appaloosa - 6 anos - macho.





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